Quatrocentos e sessenta e dois anos de História. Hoje (29) é o aniversário da Cidade do Salvador. E aqui nasceu o Brasil.
Salvador é uma cidade de um povo diferente. Cativante simpatia e alegria da sua população deixam outros brasileiros e estrangeiros desconcertados. Sabemos receber, muito bem, os nossos visitantes.
Festa. Sim, gostamos de muita festa e, seguramente, não há povo mais competente para promover uma festa. É o nosso jeito de ser, está no nosso DNA.
Brasileiros de outras regiões, contaminados pelo vírus do racismo e completa ignorância, ousam chamar o baiano de preguiçoso. Ledo engano.
Aqui, por exemplo, na nossa querida e amada Salvador, trabalha-se sim e muito.
Operários saem para mais um dia de trabalho antes do Sol nascer. Os pontos de ônibus e as estações de trens fervilham com a intensa movimentação.
Todo dia a assinatura do jornal chega em casa bem cedinho, como é de lei. O lavador de carros tem freguesia certa toda aurora. O cafezinho, a senhora do mingau e do bolo, o jornaleiro e todos os profissionais que trabalham por um sustento honesto fazem pulsar o coração da sua cidade. Para quem ainda não sabe, é bom que se diga: Salvador tem construtoras, hospitais, escolas, universidades, quartéis, instituições religiosas,emissoras de rádio e TV, editoras de jornais e revistas, entidades desportivas, instituições financeiras, empresas públicas e da iniciativa privada. Somos, hoje, a terceira capital do Brasil.
É ou não racismo e completa ignorância chamar o baiano de preguiçoso?
Um comentário:
Ora, vejam! O prefeito João Henrique, além da justeza do título que lhe foi conferido, “o pior prefeito do Brasil”, deu agora para atacar de filósofo. Escreveu no jornal A Tarde que “é dessa simbiose buliçosa — homem e habitat — que resulta a dinâmica que movimenta a vida.” Mas, afinal, o que quis dizer o prefeito? Talvez pretendesse ser um grande poeta, daqueles que desconhecem os fatos cegamente ou apenas desejam os bons votos de feliz aniversário a esta velha cidade, que ele dirige com mãos de vento, e hoje faz 462 anos de idade, sem nada para comemorar.
Se esse é o caso, deveria apenas respeitá-la. Já estaria fazendo muito, porque administrá-la, como vemos, pouco consegue. Trágica simbiose então — prefeito e cidade abandonada —, feita de uma propaganda enganosa e alianças sem dedo. Não nos parece mais romântica uma cidade que tem vergonha de si mesma, apesar da idade, e não consegue aprumar-se nos trilhos do desenvolvimento, ao invés daqueles do metrô de sete palmos que não sai do lugar. Ah, sim, vamos fazer uma maquiagem para recebermos a Copa do Mundo de futebol. Deixemos para lá os índices alarmantes de violência, a miséria, a falta de educação e de saúde. Concentremo-nos, pois, na quantidade de pó de arroz para cobrir a oleosidade da cara do prefeito, oxente!
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